As minhas saudades
Hoje pensei como na minha última visita a Portugal em Junho, consegui ficar maravilhado com as obras que o meu pai e tio trabalhavam. Obras dos finais do Século XIX para restauro, as lombadas e os cantos em pele e as coberturas totais em pele ou sintético. A costura, o aperto nas prensas, as capas em cartão, fiquei deslumbrado como as sentisse pela primeira vez. Será as saudades ? Vieram-me as lágrimas aos olhos, também eu passei por aqueles bancos em madeira, no alinhar dos cadernos para a costura final. Passei por ali longas horas. E o retirar dos agrafos dos “Diários da República” e a sua preparação a esquadro, que saudades !
Depois aquelas visitas dos nossos clientes, as conversas que se mantinham e se colocavam em dia, e os inúmeros amigos que por ali passam, tudo é inolvidável. E aquele rádio que nos acompanhava dia-a-dia, do interior da música portuguesa, ao rezar do terço do final do dia. São estes os momentos que se passam nesta pequena oficina, onde tudo é maravilhoso. Saudades !
Carlos Simões
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