Quero agradecer ao "Diário de Leiria" o artigo de opinião, no espaço "Fala o leitor", relativamente a um Post do meu BLOG.
Este diário é uma certeza, uma  referência da nossa comunicação social, no Distrito Leiria e ainda em alguns círculos do Vale do Tejo, onde por interpostas pessoas o promovo.
É gratificante um diário preocupar-se e dar voz a todos os acontecimentos dignos de registo da nossa Leiria.
Parabéns e felicidades em ano do 23º aniversário!
Passo a publicar de novo o Post da edição:
RECORDAÇÕES EM VISITA
Visitei esta semana as instalações do Arquivo Distrital de Leiria e a  Biblioteca Afonso Lopes Vieira, e como senti orgulho em visualizar  encadernações efetuadas na oficina do meu pai. Tantas obras que passaram  por inúmeras mãos, tantas obras que passaram pelos mais anónimos  amantes do livro. Elas ali estão, intatas, submetidas ao tempo e  desgaste. Mas as encadernações perfeitas em couro permitem-lhe uma  durabilidade invulgar. reconheci encadernações de 20 anos, 30, 40. Que  maravilha! Foi fantástico! Consigo descobrir uma por uma todas aquelas  que passaram pelas mãos dos mestres que muito aprecio, todos os  pormenores que somente eles sabem produzir. As lombadas completamente  "boleadas", termo que utilizamos na encadernação, mas que significa  torneadas, o papel pardo de fantasia, alguns dos livros com lombadas a  lona e rótulos vermelhos e gravações a ouro perfeitas. A arte em  exposição, pensava eu, recordando os longos anos que acompanho de perto o  amor aos livros patenteado por esta encadernação, digna dos mais  rasgados elogios.
A minha vida foi passada bem perto dos livros, e  lembro em jovem as edições de "Tintin" para encadernação, agora  reeditadas pela ASA, os fascículos da "Fauna", da "História de Portugal"  de José Hermano Saraiva, a "História da Arte", num turbilhão de obras  que apaixonam.
Vivi bem de perto os acontecimentos da Biblioteca  Municipal na altura, no interior dos Paços do Concelho, em Leiria, o meu  avô habitava nos seus claustros. Foi o funcionário mais antigo da  Câmara Municipal de Leiria, e mostrava-me o que o meu pai fazia aos  livros da nossa querida cidade, desde os "Diários da República"  completamente encadernados, como as "Guias de Receita" que eram  encadernadas com a particularidade de se serem pregadas e não cozidas.  Ainda hoje existem essas encadernações. Faço votos que este património  valioso, cinquentenário, ainda permaneça no estado em que estas  encadernações merecem. Tantas recordações, tantas viagens, tantas  emoções!
Como tudo era mais bonito encadernado, embelezando cada  Departamento! Agora notamos mais o vazio dos gabinetes, onde a luz  natural que estas encadernações emprestavam aos mesmos era única!
Carlos Simões
Diário de Leiria - Edição de 26/10/2010 
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