segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A página da criança

Página a página....capítulo a capítulo...o recheio das obras que nos invadem. Prefácio pomposo da arte, cineasta de eleição da virtude, sinopse musical, é esta a diversão que nos permite o esplendor. Recolhemos a criança que nos chega, curamos as suas feridas, e ela sorri de novo. Realmente é o que se passa com qualquer obra que pernoita nas nossas oficinas. Aconchegada no seu berço, no cântico luminoso dos materiais, ela anseia pelo seu novo visual. Escolhemos a sua roupa interior, e avançamos para o uniforme que a irá acompanhar por muitos anos. Será de punhos dourados ou prateados? De cantos com sapatos de pele, ou de papel de fantasia, que se transforma em lâ? Com linha branca,  de costura universal de anel e dedal? Nada mais se transforma com tanta sumptuosidade que aquela criança aos olhos do seu autor. Bonita de se ver, lá vai ela caminhando para o seu castelo bibliotecário, onde será vedeta dos olhares do mundo. Bonita ela vai desfilando!

Carlos Simões                          
    

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