Choro convulsivamente...Perdi um amigo, daqueles que já não existem. Amigo de família à longa data, era um homem admirável, no seu trajecto profissional só ao alcance dos predestinados, na sua vida social, cultural, artística e desportiva. A sociedade perdeu um homem íntegro, sério, humilde e respeitável, ficamos com uma sociedade mais pobre. A cultura perdeu um homem multi-disciplinar, que amava os livros, numa paixão desigual, a cultura ficou mais pobre. A música perdeu um dos grandes impulsionadores da velha guarda do Orfeão do antigo BNU (Banco Nacional Ultramarino), a música ficou mais pobre. O desporto perdeu um dos fundadores da União Desportiva de Leiria, como ele gostava de o dizer, ostentando o sócio nº1 no seu cartão. Foi este homem que num balcão do BNU formou o clube da cidade, de todos os Leirienses, o desporto ficou mais pobre.
Nós, seus amigos, ficámos mais pobres, irremediavelmente mais pobres, com esta despedida inesperada. Como homem de fé, acredito que ainda nos vamos reencontrar, ora discutindo o seu Sporting Clube de Portugal, ora o meu Sport Lisboa e Benfica. Éramos os adeptos mais perfeitos deste mundo desportivo. Já sinto saudades suas, e obrigado pela sua preocupação diária em saber como estava em terras de Angola.
Até já meu amigo Adriano Santos!
Carlos Simões